Um trabalho preventivo de saúde mental voltado a professores da rede municipal será iniciado pela administração de Campo Mourão neste mês de agosto. A ação é motivada por um levantamento realizado por acadêmicos de Serviço Social e Psicologia da Faculdade Unicampo por meio de um Projeto de Extensão de Prevenção à Saúde Mental do Professor pela Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho em todas as escolas municipais, que detectou um percentual de 34 por cento de professores com risco de desenvolver doença mental.
“Não vamos esperar esses profissionais adoecerem, por isso a importância do trabalho de prevenção”, lembra a coordenadora do projeto, Tânia Mara da Silva Backschat. Segundo ela, inicialmente serão realizados oito encontros semanais de uma hora, com um grupo de 30 professores que aceitaram participar voluntariamente.
O levantamento, segundo Tânia, foi realizado de maio a julho, com o auxílio de questionários respondidos por 701 professores de escolas e centros de educação infantil. O estudo indicou que 12 por cento dos afastamentos de professores do trabalho são relacionados a saúde mental. “Depressão e ansiedade são os sintomas que mais chamam a atenção. Há um risco de adoecimento e é isso que precisamos evitar”, reforça Tânia.
A coordenadora lembra que apesar de não parecer significativo em termos percentuais, o eventual afastamento de 30 por cento de educadores, além do prejuízo profissional, onera o sistema e sobrecarrega os que ficam na escola. “Detectamos que quanto menor o tempo de serviço, maior o risco de adoecimento mental”, afirma Tânia.
O coordenador de Pesquisa e Extensão e Responsabilidade Social da Faculdade Unicampo Marco Antonio Faccione Berbel falou da importância do projeto “ O desenvolvimento do projeto de extensão promove o atendimento das necessidades da comunidade externa e fornece a oportunidade para os alunos colocarem em pratica os conhecimentos adquiridos nos cursos.
O levantamento, apresentado aos servidores na Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (SIPAT), teve o apoio da Faculdade Unicampo. Os questionários continham perguntas desde o perfil do professor até percepções e sentimentos relacionados ao trabalho. “Nossa ideia é criar outros grupos, envolvendo também diretores de escolas”, completou Tânia, que é assistente social e fará o trabalho em grupos juntamente com a psicóloga Angelis Bogdanovicz.